A Grécia em greve! Primeiro dia.
Na
terçafeira, 28 de junho, teve início a greve de 48 horas contra o
novo pacote de medidas antipopulares que está em discussão e que
será possivelmente aprovado na quartafeira, 29 de junho, pela maioria
parlamentar do partido socialdemocrata no governo, o PASOK. O
grupo parlamentar do KKE solicitou a realização de uma
votação nominal do projecto de lei, enquanto o principal orador
do KKE, N. Karathanasopoulos, sublinhou que as medidas promovidas pelo governo
visam na realidade reforçar a competitividade e os lucros dos
capitalistas, atacando a classe trabalhadora e os seus direitos. O grupo
parlamentar do KKE retirouse da discussão e regressará para a
votação. Ao
mesmo tempo, da tribuna do parlamento, o primeiroministro G. Papandreou
caracterizou a aprovação do novo pacote de medidas antipopulares
como um «dever patriótico». O
Gabinete de Imprensa do CC do KKE, no seu comentário sobre o discurso do
primeiroministro, assinalou: «O primeiroministro propôs como
solução para a dívida, o défice e a crise, a atracção
de investidores. Com isso concordam também os outros partidos, estando
por isso de acordo e apoiando as medidas antipopulares que esmagam os direitos
laborais e salariais e as conquistas do povo. Contudo, os trabalhadores, os
jovens não devem aceitar os duros sacrifícios que lhes são
impostos para um desenvolvimento que trará salários e direitos ao
nível da China.» Ao
mesmo tempo, o vicepresidente do governo Th. Pagalos, numa entrevista a um
jornal estrangeiro, colocou ao povo grego o dilema intimidador: «novo
pacote de medidas antipopulares ou tanques». Respondendolhe, o Gabinete
de Imprensa do CC do KKE sublinhava que: «O povo, que aprende com a
sua história, deve responder que um povo subjugado é
ameaçado pela falência e restantes males da barbárie
capitalista. Só um povo organizado e decidido a lutar pelos seus
direitos e o seu
poder pode rejeitar estas medidas e tomar nas suas mãos os bancos e os
monopólios e pôlos ao serviço das suas necessidades,
não para ser roubado». Neste ambiente
político, as forças da Frente Militante de Todos os Trabalhadores
(PAME) lutaram para organizar a greve. Na
segundafeira de manhã fizeram uma ocupação
simbólica da Acrópole. Esta iniciativa foi saudada pelos
trabalhadores mas provocou uma reacção furiosa da direita –
da ND, do partido nacionalistaracista LAOS e dos meios de
comunicação burgueses, que acusaram a PAME de
«profanação dos monumentos sagrados». Na sua
resposta, o Gabinete de Imprensa do KKE sublinha que: «A ND pretende
esconder que está de acordo no essencial com os memorandos e o programa
a médio prazo, mas o seu ódio às lutas do movimento da
classe operária contra eles, não lho permite. Que saibam –
PASOK, ND, LAOS e outros – que os monumentos não se profanam com
as mobilizações do povo mas com a sua
comercialização e que o que
difama o país não é luta popular mas a miséria das
pessoas.» Na
segundafeira, 27 de junho, à tarde, as forças da PAME realizaram
protestos com faixas e concentrações para divulgar a greve de 48
horas em dezenas de bairros populares, nas grandes cidades da Grécia. Na manhã
do dia 28 de junho, as forças de classe da PAME – como
anteriormente – formaram piquetes fora das fábricas, das empresas
comerciais, das obras, dos hotéis, dos escritórios e, a partir da
meianoite, nas rampas de acesso aos barcos. A protecção
da greve dos marinheiros foi especialmente dura, já que a sua
federação de sindicatos assumiu o papel de furagreves. Os
sindicatos com orientação de classe, PEMEN e STEPHENSON, que
representam os engenheiros e a tripulação dos motores dos barcos,
que pertencem à PAME, decidiram participar na greve de 48 horas e, com
eles, os sindicatos dos cozinheiros e dos electricistas dos barcos. A greve
destes sindicatos e os piquetes formados pelas forças da PAME
paralisaram o maior porto do país, o Pireu, que foi
“inundado” pelas forças dos sindicatos da PAME. Em
Tessalónica, a segunda maior cidade do país, as forças da
PAME bloquearam desde muito cedo as sete entradas da zona industrial da cidade,
paralisando a produção nacional. Às
dez da manhã, os manifestantes chegaram às praças para
participar nas concentrações. Em Atenas, reuniramse em
vários lugares e marcharam por diferentes ruas do centro da cidade para
chegar à praça de Sintagma, em frente do parlamento, bloqueando
todas as principais ruas à volta desta praça. A Secretária
Geral do CC do KKE, Aleka Papariga, assinalou na manifestação da
PAME: «A falência controlada já foi decidida. O que
pedem ao povo é que baixe os braços, nos próximos
cinquenta anos, para que passem as piores medidas. A luta
determinarseá nos escritórios, nas fábricas, nos locais de
trabalho em geral, no campo e nos bairros onde estão os pequenos
comércios. E esta luta vai vencer, isso é certo.» Algumas
das palavras de ordem que predominaram nas concentrações da PAME:
«Povo,
levantate! Não te comprometas com as medidas do governo» «Patriotismo
é o que é justo para o povo, não o que gera lucros para os
capitalistas» «Sem
os operários nem uma só engrenagem se move. Operário,
podes prescindir dos patrões!» «Já
chega de enganos! O capitalismo não se pode tornar humano!» A PAME
programou nova concentração massiva para terçafeira
à tarde no centro da capital. =========== Translation provided by
pelosocialism.comPreparação da greve
28 de junho primeiro dia da greve
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