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A posição dos comunistas contra toda união imperialista é um critério fundamental


Kazakhstan. Zhanaozen. December 2011. Bloody suppression of the strike mobilization. 16 dead workers. Hundreds of injuries and arrests.
The policy of supporting the Eurasian Economic Community, in which Kazakhstan, along with Russia and Belarus, participate, leads to the unacceptable stance of slandering the working class struggle and praising the anti-worker crime .

Elisseos Vagenas –

Membro do Comitê Central do Partido Comunista Grego (KKE),

responsável da Seção de Relações Internacionais do CC

(Publicado em “Rizospastis” em 15 de janeiro de 2012)

A crise capitalista global, consequência da contradição básica do sistema capitalista, conduz a um maior aprofundamento das contradições interimperialistas e à aparição de novas e poderosas potências imperialistas. Estas potências tratam de formar novas uniões interestatais com múltiplos objetivos: o fortalecimento de sua posição frente a seus rivais globais, o controle das matérias primas, a energia, as rotas de transporte de energia, o controle de esferas de mercado para favorecer seus monopólios, assim como uma maior exploração da classe trabalhadora e o reforço do poder burguês em todos os países, utilizando as “ferramentas” que provêem das uniões interestatais imperialistas.

Assim, assistimos, junto a nossas “bem conhecidas” uniões, como a UE, que surgem novas uniões no território da antiga URSS e na América Latina. Tais uniões podem ser novas, porém as “raízes” de sua criação não são outras que as assinaladas nas obras de Lênin: que na época do imperialismo, fase final do capitalismo, são formadas uniões internacionais de capitalistas que repartem o mundo.

Uma tentativa de mascarar as intenções

Certas forças estão levando a cabo uma tentativa de “mascarar” este objetivo das classes burguesas dessas regiões, em nome da formação de um “mundo multipolar”. Segundo este ponto de vista, é positivo para os povos que surjam outros “pólos” fortes no cenário internacional, além dos EUA e da UE. Como argumento adicional, é citado o período de existência da URSS, que operava como um “contrapeso”.

Ao mesmo tempo, a tentativa de “mascarar” as novas uniões interestatais afirma que estas uniões aparecem para ajudar ao “capital nacional” contra o denominado capital “comprador submetido aos estrangeiros”, reforçando assim “o desenvolvimento”, impedindo a penetração dos EUA e de outras organizações imperialistas, como a OTAN e a UE, nestas regiões e, inclusive, salvaguardando a “soberania nacional”, que de outra forma estaria ameaçada pelo imperialismo internacional.

Desgraçadamente, estas análises não são apoiadas apenas pelas forças burguesas, mas também partidos caracterizados como “de esquerda” e, inclusive, comunistas, como o PC do Brasil (enquanto as uniões nas regiões da América Latina) ou o PC da Federação Russa (na denominada região da Eurásia).

O que está sendo esquecido

Não obstante, estes partidos se esquecem de observar o assunto sob a perspectiva de classe. Se eles não tivessem esquecido, teriam observado que a União Soviética não se parecia com estas novas uniões interestatais. Atualmente, nós enfrentamos as uniões que estão construídas sobre o terreno do capitalismo monopolista, do imperialismo. Além disso, o imperialismo não deve ser entendido de maneira simplista, como uma política agressiva das potências mais fortes que vem impor-se aos povos, de fora para dentro, com o poder do dinheiro e das armas. Nas condições atuais, todo país em que prevaleçam as relações de produção capitalistas, independentemente do nível do desenvolvimento de suas forças produtivas, se incorpora ao sistema imperialista internacional, sendo uma seção do mesmo.

Então, se analizarmos o processo de formação de novas uniões interestatais, que estão sendo criadas na Eurásia ou na América Latina, com um enfoque de classe, veremos que estas não estão se formando para servir aos interesses dos povos, mas para promover os interesses do capital de países concretos e de seus monopólios.

Por exemplo, o Brasil, onde o capital está vendo hoje um importante crescimento de sua rentabilidade, opera como “motor” nas novas uniões interestatais que estão sendo criadas na América Latina. A atividade econômica e diplomática do estado brasileiro tem o objetivo de converter o Brasil num forte competidor capitalista no marco da “pirâmide” imperialista. Já em alguns mercados da América Latina são predominantes as empresas multinacionais brasileiras, que gozam de financiamento público. A Rússia opera de forma similar, assim como os monopólios russos, no território da antiga URSS.

Com a formação de novas uniões interestatais, que constituem expressões de unificação capitalista regional e sempre surgem sobre a base das leis da economia de mercado, as classes burguesas tratam de unir suas forças contra seus rivais e às custas da classe trabalhadora. A política de apoio a estas uniões transforma o movimento comunista e operário numa ferramenta de apoio ao “desenvolvimento” capitalista, o que fortalece as posições do capital e leva os trabalhadores à “câmara de tortura”, ao consenso social favorável ao investimento da “competitividade” da “economia nacional” e ao fortalecimento da união interestatal imperialista específica.

Por outro lado, o “mundo multipolar” não é realmente mais pacífico e seguro para os povos, já que é um mundo de duras e predadoras alianças e conflitos imperialistas, que se fundamentam em todas as formas possíveis: econômicas, políticas, diplomáticas, espionagem, militar, etc.

Tal enfoque de apoio às novas uniões imperialistas poderia ser catastrófico para o movimento comunista, já que deixaria ao povo a incumbência de escolher entre imperialistas. Poderia levar a posições e ações que o deixariam exposto.

Não a toda união imperialista

Não há dúvida de que todas as potências imperialistas e, sobretudo, os EUA e a UE, obstaculizam o surgimento e funcionamento de outras uniões imperialistas, posto que ambos operam conforme seus interesses. Além disso, sabe-se que as potências imperialistas têm mecanismos muito diversos de intervenção, desde os meios de comunicação eletrônica às ONG’s, até “institutos de investigação”, aos quais dão dinheiro para que influam e corrompam as consciências, etc. Existem informações específicas sobre o papel jogado por uma série de agências imperialistas no treinamento de forças que estiveram ativas na denominada primavera árabe e/ ou estariam ativas agora na Síria.

Está claro que não podemos ignorar os interesses e planos de cada potência imperialista em distintas regiões e em distintos momentos. A luta contra os planos imperialistas deve fortalecer-se em todos os lugares. Não obstante, nós comunistas cairemos em trágicos erros e adotaremos posições inaceitáveis se substituirmos o enfoque de classe para analisar os acontecimentos por teorias não classistas, supostamente “geopolíticas”, que exijam a escolha do lado imperialista, ocultando a contradição básica entre capital e trabalho, que é a mesma em todos os países capitalistas.

Por isso, é um erro separar a classe burguesa em “nacional” e “estrangeira”. É igualmente perigoso e equivocado escolher apoiar uma união imperialista ou outra. Os movimentos comunista e operário devem ter um posicionamento claro de oposição a toda união imperialista, lutando pela saída de nossos países dos planos e das uniões imperialistas, com o simultâneo derrocamento do sistema capitalista que as cria.

Tradução: Maria Fernanda M. Scelza (PCB)


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