Breve história do Partido Comunista da Grécia
O Partido Comunista da
Grécia (KKE) foi fundado em 17-11-1918, como consequência do
desenvolvimento do movimento dos trabalhadores e da elevação da
consciência de classe operária, do seu enlace com a teoria revolucionária
do Marxismo-Leninismo, e da influência da Grande Revolução
Socialista do Outubro em Rússia.
Desde então a
queda da ditadura militar em 1974, o KKE funcionava em condições
de clandestinidade, com somente alguns intervalos breves de legalidade.
O KKE, expressando as
tarefas históricas da classe operária e das camadas populares,
tem como objectivo final a transformação revolucionária da
sociedade grega com o derrube do capitalismo e a construção do
socialismo e do comunismo.
O KKE, valorizando, e
expressando nas condições actuais, os ideais e as
tradições da revolução de libertação
nacional de 1821 e do movimento democrático e progressista do
início de século XX, era sempre na vanguarda das lutas do nosso
povo pela democracia, independência e soberania nacional, paz e progresso
social.
Durante a ditadura
fascista de Metaxas (1936-1941), milhares de comunistas gregos foram presos e
exilados
Durante a
ocupação nazista, o KKE tornou-se esteio, organizador e
líder principal da resistência nacional. Tomou a iniciativa de
construir a EAM (Frente de Libertação Nacional) e o ELAS
(Exército Nacional Popular Libertador), os quais abarcaram a grande
maioria do povo grego.
O fim da Segunda Guerra
Mundial foi marcado por novo tumulto e luta, contra a reacção
interna e às intervenções políticas e militares dos
Ingleses e logo depois do imperialismo norte-americano.
As forças
reaccionárias lançaram perseguições maciças
contra os militantes da resistência nacional e especialmente contra o
Partido, com medidas repressivas e cruéis de dimensões
inacreditáveis, visando à sua eliminação total, e
assim provocando a guerra civil em Grécia (1946-1949). Esses anos foram
período da glória, mas também de grande sacrifício
na história do KKE.
Após a derrota
do Exército Democrático (no Agosto de 1949), os quadros, os
membros e simpatizantes do KKE estavam de novo exilados, prendidos em campos de
concentração, executados, ou, simplesmente, assassinados.
Entretanto, milhares de comunistas e progressistas fugiram para os
Países Socialistas onde viveram como refugiados políticos por
dezenas de anos.
Contra essa campanha de
exterminação maciça, levantou-se a solidariedade das
forças progressistas de todo o mundo, como no caso famoso do Nikos
Beloyianis, um líder do KKE que foi preso e executado em 1952.
Nessa altura o KKE,
emborca que estivesse em clandestinidade dura, lutava contra a
transformação do País numa base militar dos EUA e do OTAN,
contra a missão de tropas gregas a Coreia, contra as armas nucleares,
promovendo ao mesmo tempo as lutas e as exigências do povo por direitos
democráticos e sociais. Estava contra a ligação do nosso
País com a Comunidade Económica Europeia.
Em 21 de Abril de 1967
uma nova ditadura militar foi imposta pelos EUA. O KKE concentrou seus
esforços nas tarefas de novas da luta contra a ditadura, enfrentando ao
mesmo tempo com êxito, naquelas circunstâncias difíceis, uma
fracção revisionista que, finalmente, separou-se do Partido,
criando o chamado KKE (de interior).
O papel que o KKE jogou,
mobilizando os trabalhadores, a juventude, o povo, era muito importante em todo
esse período. Este foi também o caso na revolta da Universidade
Politécnica de Atenas (15-11-1973 até 17-11-1973), que constituiu
a culminação das lutas contra a ditadura e acelerou a queda,
consolidando ao mesmo tempo os lemas e a orientação antiamericana
e antiimperialista na ordem do dia das lutas.
Após a queda da
ditadura o KKE (Julho de 1974), em condições legais, ficou diante
nas lutas e dos esforços do nosso povo pela soberania nacional,
democracia e justiça social.
Em 1989, o KKE criou
uma aliança de partidos políticos e personalidades sob o nome «coalizão
da esquerda e do progresso» (Synaspismos). No ambiente negativo criando pela
derrota do socialismo em Europa, um grupo de quadros do KKE puseram em causa a
sua natureza de classe e o seu carácter revolucionário e tentaram
utilizar a coalizão para liquidar o Partido e, consequentemente, o KKE
retirou-se daquela aliança no Julho de 1991.
Hoje, o Partido tem uma presença importante em
todas as esferas da vida política e social do nosso País. Os
comunistas estão a segunda força nos sindicatos (os quais
estão unitários em Grécia), e o KKE tem uma
presença forte nas associações dos agricultores. O KKE
está em terceiro lugar partido em termos eleitorais, e tem importante
influência nas autarquias. Tem um papel importante no movimento
estudantil e na juventude através da actividade da juventude comunista
da Grécia (KNE).
KNE realizou o seu 8o
congresso no Dezembro de 2001, marcando grande crescimento desde o seu 7o
congresso.
O KKE é o
único Partido grego que foi contra ao tratado de Maastricht. Fica contra
o alargamento da UE, a qual considera união do capital Europeia, sob o
domínio das grandes potências. O KKE é oposto à política
neoliberal, que tem sido acompanhada pelos governos da PASOK e da ND.
O Partido Comunista da
Grécia é solidário com o povo palestino, e todos os povos
que lutam pelos seus direitos contra o imperialismo.
É
solidário com o povo cipriota na sua luta por uma solução
justa e viável do problema de Chipre. Considera-o como assunto
internacional, como problema de invasão e de ocupação da
Turquia numa secção de um estado soberano e independente, membro
da ONU. Assim, o problema de ser resolvido no âmbito das regras
internacionais e das definições e resoluções do ONU
e não no contexto da chamada «Política Externa e de
Segurança Comum» da UE, nem no contexto do «nova ordem mundial» dos EUA.
Sobre os Balcãs
e o Mediterrâneo, exige que parem as intervenções imperialistas,
está contra a presença de tropas e bases estrangeiras, mesmo como
fica contra a extensão da OTAN e à militarização da
UE.
O PGC está em favor dum diálogo direito no
contexto do ONU e do direito internacional, sem mediadores, entre todos os
países da região onde surgiram conflitos, como Albânia,
FYROM e Turquia, tomando em conta o facto que a maioria desses problemas
são ligados ao OTAN e as suas intervenções.
O Partido exige do
governo grego cancelar a participação grega nas forças
multinacionais do OTAN, fechar as bases militares dos EUA e do OTAN, e abortar
os planos para estacionar forças de Intervenção
Rápida em nosso País.
O KKE, através
da sua intervenção política e da acção de
massas, pretende consolidar o movimento antiimperialista, antimonopolista,
dirigido pela classe operária e capaz de produzir mudanças
profundas e radicais em todos os níveis.
No Maio de 1996, teve
lugar o 15o Congresso que aprovou o programa novo e as regras novas do Partido.
O Congresso apontou que a tarefa política imediata do Partido seja a
criação da Frente antiimperialista, antimonopolista e
democrático, e definiu o caracter social e político da Frente,
mesmo como os caminhos que levem à sua construção. O
congresso reflexou que existam dois caminhos de desenvolvimento para a
sociedade grega: um que serve os monopólios, o imperialismo e a classe
dirigente, e o outro caminho da construção da Frente.
No Dezembro de 2000,
realizou-se o 16o congresso do KKE, que elaborou com mais detalhes essa
proposta política do Partido. O KKE promove a ideia que esse rumo
negativo o qual o nossa país tem acompanhado até agora pode ser
revogado, e que existe uma alternativa política, positiva para o povo e
os trabalhadores na construção da Frente antiimperialista,
antimonopolio e democrático, e na luta pela economia popular e pelo
poder popular.
e-mail:cpg@int.kke.gr