Resposta massiva e dinâmica do KKE contra a guerra imperialista na Líbia
21/3/2011
No
domingo à tarde, 20 de Março de 2011, o KKE realizou
manifestações de massas e protestos com placards, em Atenas e
dezenas de cidades gregas, contra a intervenção imperialista na
Líbia e o envolvimento do governo grego nos planos imperialistas,
através da concessão de bases militares, barcos de guerra e
aviões.
A
resposta do KKE foi imediata, precisamente no momento em que começaram
as operações de guerra dos imperialistas. O comunicado de
imprensa do CC de 19 de Março realçava:
«O KKE
denuncia a intervenção militar na Líbia, desencadeada pelo
imperialismo internacional, com a participação da Grécia e
encabeçada pelos imperialistas da UE, os carniceiros da França e
Grã-Bretanha, com o apoio dos EUA. Isto é a EU da
“democracia e liberdade”; isto é o “mundo
livre”!
O pretexto
dos imperialistas – e, também de G. Papandreou – que
proclamam que o seu interesse é “humanitário”
é uma vergonhosa hipocrisia, pois, abertamente ou em segredo, cooperam e
negoceiam com os governos autoritários e antipopulares em África,
Médio Oriente e em qualquer outro lugar. Não têm
legitimação. O seu interesse tem a ver com o petróleo
e o gás natural da Líbia e não com o seu povo, o qual
querem explorar pondo-se ao lado da oposição, enquanto,
até uns dias atrás, todos apoiaram Kadhafi – incluindo G.
Papandreou.
O povo
da Líbia é o único que tem a responsabilidade de encontrar
a solução para os imensos problemas que enfrentam. Não
precisa de lobos para o proteger.
O povo
grego deve ser solidário com o povo da Líbia. Aqueles que atacam
a Líbia são aqueles que puseram o peso da crise nas costas dos
trabalhadores, aqueles que exploraram o povo com os memorandos, as
privatizações, a abolição dos acordos coletivos de
trabalho, os salários de fome.
As
bases americanas e da NATO
Manifestação até
à embaixada americana e escritórios da UE
Na tarde de
domingo (20/3), o KKE realizou uma grande manifestação junto ao
Parlamento grego, na praça central da capital grega. Thanassis
Paphilis, membro do
CC do
KKE, portavoz parlamentar e Secretáriogeral do Conselho Mundial da Paz
falou na concentração e realçou: “O povo grego
e os povos da região e de todo o planeta não devem ser e
já não são ingénuos. Estão conscientes e
têm muita experiência. O petróleo e o gás
natural, o controlo dos recursos naturais, os lucros da plutocracia e dos
monopólios foram e são as causas para a intervenção
imperialista”.
E mais
à frente sublinhou que “Os assassinos que atacam hoje a
Líbia são os mesmos que estão a eliminar os direitos dos
trabalhadores nesses países, fazendo-os carregar o fardo da crise
capitalista. São os mesmos que conduzem os jovens ao desemprego, que
aniquilam os acordos coletivos de trabalho, que condenam os produtores da
riqueza, isto é, os trabalhadores, a salários de fome e os
convidam a trabalhar até à morte. São os mesmos que
asseguram lucros fabulosos aos monopólios e grupos empresariais.”
A manifestação
deslocouse para os escritórios da delegação da UE e para a
embaixada americana. A primeira paragem foi nos escritórios da
União Europeia, em cuja porta foi colocado o comunicado de imprensa do
CC do KKE. O mesmo aconteceu nas embaixadas francesa e britânica.
Aleka
Papariga, Secretária Geral do CC do KKE, que participou na
concentração do partido, fez a seguinte comunicação
aos média: “Jugoslávia, Iraque, Afeganistão e agora
a Líbia – pela quarta vez, a Grécia, com a responsabilidade
do governo grego, participa num grave crime. No crime de uma injusta e suja
guerra imperialista, em troca da participação numa parte dos
recursos petrolíferos, daí resultando a
intensificação da crise e novos sofrimentos para todos os povos
da região.”
A Secretária
Geral do CC do KKE, numa carta ao presidente do parlamento grego, exigiu a
imediata convocação de uma sessão plenária do
parlamento grego e um debate, ao nível dos líderes dos partidos,
sobre o envolvimento da Grécia na intervenção imperialista
na Líbia.
Mobilização antiimperialista
junto à base americana
Deve
realçarse que, no domingo, se realizou uma manifestação
(com uma grande adesão) junto à base americana de Suda (Creta),
convocada pelo Comité Grego para a Paz e Cooperação, a
Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME) e outras
organizações antiimperialistas. Delegações de
organizações antiimperialistas de 11 países dos
Balcãs e do Médio Oriente participaram na
manifestação.
Os
manifestantes exigiram a imediata cessação da
intervenção imperialista e o encerramento da base americana.
Resolução do CC do KKE sobre
os desenvolvimentos na região
No domingo,
20/3, foi publicada a extensa resolução do CC do KKE, em que se
analisam os desenvolvimentos em toda a região. Na
introdução, entre outras questões, destacamse os seguintes
pontos:
«Na
nossa região (Balcãs, Mediterrâneo Oriental, Médio
Oriente, Norte de África, Cáucaso) desenrolam-se sérios e
perigosos desenvolvimentos, que se caraterizam pela
intensificação
das contradições entre os poderes imperialistas e pela
competição entre as classes burguesas, numa região que
possui ricos recursos de energia e constitui uma “rota de
transporte” de matérias primas da Ásia central, do
Cáspio e do Médio Oriente para o Ocidente e para as
potências emergentes da Ásia (China, Índia, etc.).
Os
mais poderosos monopólios, uniões imperialistas e poderes
imperialistas emergentes enredaram-se numa rede de
contradições e luta. No quadro do sistema imperialista, as
classes burguesas da região procuram alianças de
“interesses” e movimentam-se em alianças e compromissos,
de forma a beneficiarem da luta pelas riquezas naturais e pela partilha de
mercados.
Estas
“alianças” internacionais, formadas pelos poderes imperialistas
e grupos monopolistas, têm em conta a posição
geopolítica de cada país, a sua posição na
pirâmide imperialista e, também, a dinâmica da sua
força (económica, militar, política). […]
Muitas
vezes, a luta que se desenvolve vai além de um quadro político e
diplomático “pacífico” e tem continuidade com guerras
económicas e de espionagem – e, mesmo, com meios militares –
provando que “a guerra é a continuação da
política por outros meios (especificamente violentos)”. As
rivalidades e a cooperação entre os capitalistas são como
os dois polos opostos de um “íman”.
Nesta
luta utilizamse a ONU e a NATO, as forças policiais e militares da
UE, as bases militares, as grandes frotas navais, usando
variados pretextos, como a “luta contra o terrorismo” e a
“defesa de minorias”, os fluxos de imigração causados
pelas guerras e intervenções imperialistas, ou a miséria e
a pobreza engendradas pelo capitalismo, etc.».
A resolução
do CC do KKE realça que é necessário fortalecer a luta
antiimperialista na região, em conjugação com a luta pelo
derrube do capitalismo. As questões da luta
políticoideológica do movimento comunista e operário na
região também foram analisadas.
Translation provided by pelosocialismo.net
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